Não apenas os grandes poetas, mas também nós, amadores, somos inspirados por uma desilusão amorosa, por uma amor platônico, por casos impossíveis... Talvez toda e qualquer linguagem artística só exista por causa das desilusões amorosas, não é verdade?
Gostaria de compartilhar com vocês um conto, escrito por estas mãos que digitam tal texto, ainda sem nome. (
Que tal sugerir um nos comentários? Fique a vontade!) Espero que gostem!
"Que poderia eu dizer o que ocorre?
Tudo era como um balão! Sim, um balão intacto. O qual ele levemente enchia com sonhos, planos pro resto da vida, elogios e desejos que iam além da nossa intimidade. Amizade que aos poucos coloriu-se com seus galanteios.
Tal balão cresceu diante de mim. Me via como uma criança deslumbrada com a maravilhosa bola cheia do que eu também sonhava, cheia do meu eu!
Tal bola flutuava, linda e mansa, cheia de minhas expectativas! Dessa vez parecia o fim da busca, acabará eu encontrando minha metade perdida, a parte que de mim faltava. Engano meu!
Teria me doido menos se o balão deslumbrante aos poucos fosse se esvaziando. Nele não acharia mais graça, já teria perdido seu encanto, então eu não o mais contemplaria. Mas, foi pior do que o esperado!
O que farias tu ao ver o balão furado?
Pois bem, aquele por quem meu coração batia, por quem meu sangue fervia, aquele mesmo que diante de mim encheu a bola, a furou diante de meus olhos. Como um leão atrás de sua caça, como uma fera faminta que ataca, tal qual ele o furou, diante de mim!
Assisti o balão cheio se dispersar pelo ar, deixando meus sonhos, desejos e planos escaparem...
Se, apenas, tivesse se esvaziado aos poucos. Ah! Teria eu me desinteressado. Mas foi repentino.
Hoje sobraram apenas pedaços do balão que dantes era vistoso, brilhante e flutuava pelo ar... Sobraram apenas restos!
E como a saliva que se impregna no látex, ali ficaram gotículas de meus sonhos, desejos e planos. É quase imperceptível, mas ainda enxergo o seu dedo em cada sonho, desejo e plano.
Já não posso me desfazer dos pedaços, ainda não posso. Um dia, talvez, vou encontrar um outro alguém, que possa encher um novo balão. Desta vez, queira Deus, será um balão eterno, indestrutível.
Por agora, pode doer um pouco, mas ei de superar tal calamidade. Pois que diferença há de mim para o resto da humanidade? Como, pois, aprenderia sem sofrer? Um desamor não é fora do comum, nem é venenoso! É apenas um degrau a mais pra se subir no que diz respeito ao crescimento humano!"
(13/08/10 . Conto adaptado em 07/04/11)