terça-feira, 30 de agosto de 2011

Razão


Razão

Quantas vezes achamos por bem
Racionar a água
Racionar a comida
Racionar a razão
E o amor também

Achamos, talvez
Que racionar o dinheiro
Racionar as palavras
Racionar o tempo
Racionar a vida
Nos traria a felicidade de vez

Achamos então, por bem
Que é melhor
Racionar a razão,
Matar ou morrer
Do que abrir o coração
E viver e sofrer.

                             (Y.M 06.07.2011)


domingo, 21 de agosto de 2011

Lua

Desde pequena tenho uma paixão muito grande pela lua! Ela é uma das minhas obras favoritas de Deus.
Não podia deixar de relata-la.
Voltando pra casa depois de um fim de semana na casa de minha irmã, eu comecei a observa-la pela janela do ônibus. E assim surgiu essa poesia...



LUA


Pela janela tudo corria.
Passavam árvores
Passavam postes
Passavam nuvens
Carros
Casas
Ela não passava.

O silêncio que ela fazia
Me atormentava
Me regia
Me dominava

Ao observá-la
Só aumentava-me o desejo
De ser como ela.

(Y.M. 03-07-2011)

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Velho Homem Morto

Bem, a inspiração deste veio de um homem que eu admiro muito. Que me ensina muita coisa e me ajudou a ser quem eu sou hoje. Um homem de um conhecimento fantasticamente imenso... 
Mas, parando de bajular, vamos ao que interessa-nos...


VELHO HOMEM MORTO

Era frio
Era inverno
Ele ainda estava sóbrio

Era silêncio
Estavam todos em silêncio
Ele, porém, clamava

Era escuro 
Era alta madrugada
Ele, porém, viu a luz

Era a mesma avenida
Eram os mesmo prédios
Ele, porém, já não era quem ele fora um dia.


               (Y.M. 21-06-11)   

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Gélida manhã de morte.

Olá!

Sinceramente, não tenho como explicar o porque desse poema. É algo tão intimo que nem mesmo eu sei!
Enfim, tirem suas próprias conclusões!

Gélida Manhã de Morte

Naquela manhã o sol era alto
Distante
De um amarelo leve
Levíssimo

Ele penetrava as nuvens
As poucas nuvens de algodão ensopado

A multidão se aglomerava
Fazia frio
Dos cochichos saia fumaça

As sirenes soaram
Quebrando aquele silêncio gélido

Foi a ultima vez que o vi
O sangue estava grudado em sua pele
Ele parecia vivo
Mais vivo do que todos os que formavam a multidão

Ele parecia vivo
Eu me senti confortada 
Seu sorriso não tinha saído do rosto
Ele parecia vivo.

                                               (Y.M. 10.06.2011)

Hipocrisia.

Boa noite, galera!

Bem, segundo o dicio.com.br, Hipocrisia é: Vício que consiste em aparentar uma virtude, um sentimento que não se tem. Fingimento, falsidade.

É complicado definir alguém como hipócrita sem ser um.
Todos nós carregamos uma porcentagem de hipocrisia no sangue. Todos nós falamos de uma  forma e agimos de outra pra tentar ser alguém. Alguém reconhecido. Talvez uns tenham mais que os, mas sem ser hipócrita: todos nós o somos!

Um dia desses, cheia de angustia por causa dessa hipocrisia humana, fiz esse poema.
Espero que gostem!

Hipocrisia

Danem-se os hipócritas!
Deixe-os morrer de frio e fome
A sanidade deles é tão louca
Quanto a minha loucura

Danem-se os hipócritas!
São meras fotocópias
Uns iguais aos outros
Deixe-os morrer de frio e fome

Danem-se os hipócritas!
Eles já derramaram muito sangue alheio
Já derribaram a razão
Deixe-os morrer de frio e fome

Danem-se os hipócritas!
Seu suor é fingido
Suas lágrimas são de mentira
Deixe-os morrer de frio e fome

Dane-se a sociedade hipócrita!
Seus políticos corruptos
Juntamente com suas marionetes!
Deixe-me só, morrendo de frio e fome.

                                                          (Y.M. 09.06.2011)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Dia dos Namorados, um pouco atrasada.

Boa noite!

O dia dos namorados já foi (Graças ao bom Deus!) e mais uma vez eu passei sozinha!
Mas acho que isso não é motivo de tristeza. Além do que meu dia dos namorados foi muito bom. Apesar de ser um programa com as amigas foi fantástico!
Mas nem é sobre isso, exatamente, que eu vou falar.
Foi uma tarde de muita meiguice que me contagiei e escrevi esse poema simples. Uma dessas tardes frias que inspiram!
Sem mais delongas...


Verso Nupcial

Tentei escrever uma canção
Com uma melodia impecável
Um som apalpável
Do ritimo do coração

Tentei escrever uma carta
Enfeitada com fitas
De palavras bonitas
Pra você abrir 
E se apaixonar por mim

Tentei escrever um bilhete
Um pequeno, que falasse de amor
Com uma letra bonita
Um versinho meigo, com carinho
Daqueles que se lê e o coração palpita.

Mas, fiz mesmo, esse poema.
Simples, monótono
Pacato
Só pra dizer,
Sem muita enrolação,
Que eu só queria dizer
Com o coração na mão:
Casa comigo?

                                          (Y.M. 03-06-2011)

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Palavras, amor e saliva em versos

 Boa noite galera!
Parece que quanto menos tempo me sobra mais idéias me surgem. Estou aprendendo muita coisa com os clientes da loja em que trabalho. As pessoas acabam se tornando fascinantes quando você as usa de inspiração. Quando você começa ser mais sensível ao que te rodeia.
Enfim, as pessoas, num geral, são exatamente iguais. Elas reagem a certas situações de formas muito parecidas.
Eu quis relatar uma dessas situações em um poema. Acho que esse é um dos que eu mais gosto.
Deliciem-se remexendo na caixa de memórias e revivendo!


Palavras, Amor e Saliva em Versos

São apenas palavras
Embriagadas em saliva
Expressões mal ditas
Mal entendidas
Mal argumentadas

Nem mesmo se sabe o que dizer
Quando a garganta se fecha
Se atrevendo a impedir o fluxo natural
Que costuma se mover
Ao som dos batimentos cardíacos

Nesse exato momento
Nessa hora bendita
Quando a saliva se torna quente
O desespero é visível
E a pressão arterial aumenta
Palavras não são suficientes

Ao que tudo indica
Sobra o breve espaço
Entro o beijo
Seguido do arrependimento.


                                                                 (Y.M. 27-05-2011)

terça-feira, 17 de maio de 2011

Tempo frio...

é propício pro amor!

Além da inspiração dada por uma conversa com um amigo sobre histórias de amor, é claro, o frio também me impulsionou a postar este poema e relembrar antigos amores...
Espero que curtam!


Volta ao mundo


Vaguei sem rumo,
Por milhas e milhas.
Atrás de esquecer;
Atrás do entardecer

Busquei, como outrora;
Procurei teu rosto em outras faces.
Pensei ter encontrado n'aurora.
Engano meu! Que falta tu me fazes...

Vaguei sem rumo,
Dei volta ao mundo.
Chorei, cantei, sorri...
Amei, perdoei, corri...
Tudo em vão.

Vaguei sem rumo,
Por milhas e milhas.
Pra chegar ao mesmo lugar,
E não te ver...

                                      (Y.M.  07-04-2011)

domingo, 15 de maio de 2011

Humanos.

Boa noite!
Ok, não tenho nenhuma introdução que possa explicar o que vocês vão ler a seguir. Não é nada muito lógico, porém não foge tanto assim da realidade.
Entendam ou não, lá vamos nós...

Humanos

"Ao perceber o quanto fui tomada pelo medo, descobri meu pior pesadelo.
 Tentando correr e ficar longe deles, foi inútil todo esforço. À todo lado que se olha, se vê o quanto são numerosos.
 São brancos, pretos, amarelos, azuis, vermelhos, uns rosados e eu incolor.
 No campo neutro daquele pátio, horas a fio eu os observei. Acabei descobrindo o que temia descobrir.
 São tão monstruosos e cheios de detalhes. Olhos, bocas, mãos... Tudo o que eu queria era não ser um deles. Mas, desgraçadamente, descobri: Sou igual a todos eles." 
                                       
                                                                                             (Y.M. 04-05-2011) 

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Graça

Boa noite galera!

Ando um tanto inspirada ultimamente. Não tenho nenhum motivo especifico.

Esse poema foi inspirado por uma vontade de chegar aonde jamais nenhum homem pisou, de sentir e enchergar o que ninguém jamais se pode ver... Tudo isto misturado a uma nostalgia aguda que me inflama a alma...
Então.




Graça


Só quero ouvir o silêncio
Escorrer com o vento
Correr atrás do que perdi no tempo
Viver

No mais, busco conhecer o Desconhecido
Ver o jamais visto
Saltar nesse abismo
E confiar

Há tanto que andei perdido
E agora que encontrado,
Constrangido,
Não mais desesperado
Ando lado a lado com quem sempre quis estar.


                                                    (Y.M. 28/04/2011)

domingo, 1 de maio de 2011

Sátira!



Boa tarde!

Hoje eu queria começar falando sobre preconceito! Na verdade eu ainda me pergunto por que essa palavra não é dividida com hífen, assim ela teria um sentido mais claro. 
É esse pré-conceito das coisas que gera guerras e diversidades. Que faz as pessoas parecerem como animais , como animais! Talvez nem exista outro adjetivo que defina esse grupo da população e teve sua mente lacrada! 
Sem mais delongas!




Sátira

Ossos
Revestidos de carne

Carne
Revestida de pele

Pele
Revestida de cor

Cor
Fluido do imaginário humano
Que não cessa, não morre, não dorme!


                                                                                                   (Y.M. 26-04-2011)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Rio 40° C

Okay, já estamos fartos das notícias do atentado que ocorreu na escola pública do Rio de Janeiro.
Sim, eu tenho pena e me comovi muito com a história, com os familiares e tudo mais, mas acho que já deu né! 

E pensando nisso tudo escrevi um poema (viram, desgraça também inspira, rsrs'!). Então, aproveitem:



Flores

Não tenho sentimento,
Muito menos coração.
Engoli ele junto com meu figado.

Culpa daquele salafrário, vigarista!
Mas tudo bem.
Águas passadas.

Agora tanto faz.
Já engoli meu figado mesmo.
E o meu coração também.

                                     (07-04-11)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Desamor é Inspiração.


Não apenas os grandes poetas, mas também nós, amadores, somos inspirados por uma desilusão amorosa, por uma amor platônico, por casos impossíveis... Talvez toda e qualquer linguagem artística só exista por causa das desilusões amorosas, não é verdade?  

Gostaria de compartilhar com vocês um conto, escrito por estas mãos que digitam tal texto, ainda sem nome. (Que tal sugerir um nos comentários? Fique a vontade!) Espero que gostem!



  "Que poderia eu dizer o que ocorre?
  Tudo era como um balão! Sim, um balão intacto. O qual ele levemente enchia com sonhos, planos pro resto da vida, elogios e desejos que iam além da nossa intimidade. Amizade que aos poucos coloriu-se com seus galanteios.
  Tal balão cresceu diante de mim. Me via como uma criança deslumbrada com a maravilhosa bola cheia do que eu também sonhava, cheia do meu eu!
  Tal bola flutuava, linda e mansa, cheia de minhas expectativas! Dessa vez parecia o fim da busca, acabará eu encontrando minha metade perdida, a parte que de mim faltava. Engano meu!
  Teria me doido menos se o balão deslumbrante aos poucos fosse se esvaziando. Nele não acharia mais graça, já teria perdido seu encanto, então eu não o mais contemplaria. Mas, foi pior do que o esperado!
  O que farias tu ao ver o balão furado?
  Pois bem, aquele por quem meu coração batia, por quem meu sangue fervia, aquele mesmo que diante de mim encheu a bola, a furou diante de meus olhos. Como um leão atrás de sua caça, como uma fera faminta que ataca, tal qual ele o furou, diante de mim!
  Assisti o balão cheio se dispersar pelo ar, deixando meus sonhos, desejos e planos escaparem...
  Se, apenas, tivesse se esvaziado aos poucos. Ah! Teria eu me desinteressado. Mas foi repentino.
  Hoje sobraram apenas pedaços do balão que dantes era vistoso, brilhante e flutuava pelo ar... Sobraram apenas restos! 
  E como a saliva que se impregna no látex, ali ficaram gotículas de meus sonhos, desejos e planos. É quase imperceptível, mas ainda enxergo o seu dedo em cada sonho, desejo e plano.
  Já não posso me desfazer dos pedaços, ainda não posso. Um dia, talvez, vou encontrar um outro alguém, que possa encher um novo balão. Desta vez, queira Deus, será um balão eterno, indestrutível.
  Por agora, pode doer um pouco, mas ei de superar tal calamidade. Pois que diferença há de mim para o resto da humanidade? Como, pois, aprenderia sem sofrer? Um desamor não é fora do comum, nem é venenoso! É apenas um degrau a mais pra se subir no que diz respeito ao crescimento humano!"
     
                                                                                                   (13/08/10 . Conto adaptado em 07/04/11)

Dispenso apresentações...



Boa noite galera!

Bom, parece um tanto quanto comum um blog sobre arte e cultura, mas teria eu alguma outra forma de mostrar ao mundo que ainda existem remanescentes que utilizam a internet para a cultura? Talvez até existe outra forma, mas essa é a mais acessível!

Pra começar-mos bem, é claro que eu não vou postar algo de minha autoria, mas um dos poemas mais fascinantes de Manoel Bandeira: Desencanto.


Desencanto


Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.


Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.


E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.


- Eu faço versos como quem morre.